Muitas áreas são conhecidas por assumirem determinados “padrões” que grudam em nossas cabeças como chiclete em banco escolar e vão se sedimentando ano após ano em nossa percepção, contribuindo para que sorrateiramente sejamos assaltados por vieses baseados em estereótipos. Nem estou falando do executivo engravatado. Veja lá: quando imaginamos um/a founder de startup, o que lhe vem à cabeça: blazer ou camiseta básica?
Vou compartilhar uma história real: Certa vez, treinei uma executiva da área de Inovação de uma grande corporação. Uma das aflições dela com sua imagem pessoal era que as “pessoas de inovação”, os founders e demais pessoas desse ecossistema, se vestem à la Mark Zuckerberg ou Steve Jobs – calça jeans e camiseta básica – e ela não é/era assim.
Por ter um estilo mais formal e nada básico (não por querer “forçar a barra”, simplesmente por ser assim!) ela tinha uma grande preocupação em não ser vista como uma pessoa inovadora, exatamente por não estar em linha com a nova moda. Aquele receio de falta de aceitação no grupo, que pode surgir em diversos momentos da vida.
A imagem deve servir para construir pontes, não muros!
Sabe o que eu disse pra ela? “Seja você e faça pequenos ajustes quando você entender que a sua imagem pode vir a construir um muro à sua frente”. Em algumas ocasiões, esses ajustes poderão ser necessários para que o interlocutor não perca o foco do que realmente importa: o seu trabalho e conduta profissional.
Saiba escolher, mas não invente uma pessoa que não existe. Como vemos nos realities shows por aí, ninguém consegue fingir ser o que não é por muito tempo (e que bom que é assim!).
E quando falamos do “online”?
A preocupação em ser você mesmo(a) vale inclusive quando falamos das redes sociais, inclusive no LinkedIn.
Aquela visão antiga de “poses poderosas”, demonstrando imponência, braços cruzados e olhar direcionado para o horizonte já não guarda tanta conexão com o mundo em que vivemos, onde há uma busca por transmitir empatia e a comunicação é cada vez mais descentralizada e circular, menos vertical.
Se todos podem aprender alguma coisa com todos, temos que olhar um para o outro, isso é o que vale.
No final de tudo, o que conta para o momento em que vivemos no que diz respeito ao trabalho e ambientes corporativos é sermos pessoas capazes de entregar bons projetos e construir diálogos saudáveis, mesmo em contextos desafiadores.